Desfile BOSS Black. Primavera verano 2011

Katy Perry diz que não precisa acordar todo dia Gisele

Neto Lucon, da Container Conteúdo
Ao contrário de muitas celebridades, a cantora Katy Perry demonstrou não se importar nem um pouco com as fotos publicadas sem que esteja produzida. Em entrevista à revista "Vanity Fair", ela riu quando o repórter perguntou sobre o que achava de uma foto caseira, sem maquiagem, postada pelo marido Russel Brand no Twitter.
“Estávamos brincando. Não me importei. Quando vou aos meus ensaios, vou assim. Sou uma mulher comum”, declarou a cantora, que usou de sinceridade ao dizer que leva horas até ficar totalmente produzida. “Demora muito para eu me transformar”, disse à publicação.
Segundo Katy, ela não precisa “acordar todo dia como a Gisele”, em referência à top brasileira Gisele Bündchen . Está certa! 

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Revista elege as 100 mulheres mais sexy do mundo

  Na guerra pela beleza, cem mulheres famosas foram eleitas as mais sexy do mundo pela revista Maxim, dos Estados Unidos. A lista completa ainda não foi divulgada, mas adiantamos alguns nomes que estarão na publicação especial.
De acordo com a revista, a modelo e atriz Rosie Huntington-Whiteley, conhecida por ter integrado o elenco da Victoria’s Secret e pelo filme "Transformers 3", é a mais sexy de 2011. Repleta de fotos sensuais em revistas de todo o mundo, a escolha não é novidade aos leitores.
O segundo lugar ficou com Olivia Munn, seguida de Katy Perry, que venceu a eleição no ano passado e alcançou a medalha de bronze em 2011. Cameron Diaz e Mila Kunis também estiveram entre as 10 mais.
Alguns nomes curiosos também entraram. Há quem aposte, por exemplo, na sensualidade da linda princesa Kate Middleton, e nas loucurinhas de Lindsay Lohan.
Wireimage / Getty Images
Revista Maxim divulga as cinco primeiras da lista de mais sexy
A estrela de "Cisne Negro", Natalie Portman , também conquistou boa colocação, assim como Scarlett Johansson , Miley Cyrus , Rihanna e Anne Hathaway .

lista de estilistas brasileiros:

Esta é uma lista de estilistas brasileiros:
Alguns estilistas ainda não tem suas biografias publicadas.

A origem da palavra jeans

A origem da palavra jeans
O jeans começou a ser fabricado em 1872 em Nimes, na França. O nome "tecido de Nimes" acabou sendo abreviado por apenas "denim". Em princípio, quem importava esse tecido era a Itália, para confeccionar os uniformes dos marinheiros que trabalhavam no porto de Gênova. Esses genoveses, chamados de "genes" pelos franceses, acabaram também ganhando créditos dos norte-americanos, que o apelidaram de "jeans". Os rebites de reforço foram patenteados em 1873 por Levi Strauss e Jacob David. Tachinhas de cobre foram utilizadas para dar uma maior resistência aos bolsos que não estavam resistindo ao peso colocados neles. Os pontos críticos das calças foram reforçados, tornando-as mais duráveis.

História

Gisele Bündchen usando jeans no Fashion Rio 2006
Peças de jeans são artigos de confecção têxtil destinado ao vestuário que usam como matéria-prima tecidos Denim. Muito populares na atualidade, as calças jeans evoluíram com o tempo e hoje são indispensáveis no mundo da moda. Tudo começou quando um século atrás Levi-Strauss criou roupas resistentes para mineiros nos Estados Unidos.
No início foi tudo uma experiência. Levi Strauss confeccionou duas ou três peças reforçadas com a lona que possuía, deu-as aos mineradores e o sucesso foi imediato. Altamente resistente, as peças não estragaram com facilidade. Estava criado o jeanswear, o estilo reforçado de confecção, o qual foi originalmente destinado a roupas de trabalho.
A partir de então, cada vez mais os trabalhadores utilizavam o jeans para exercer suas tarefas mais árduas e de exigência física. Entretanto, o jeans só passou a ser utilizado no dia-a-dia, já no século XX.
O primeiro estilista a colocar os jeans na passarela foi Calvin Klein já na década de 1970. Podemos considerar que o grande feito do jeans foi a inclusão social do produto, tanto um simples operário quanto pessoas ricas usufruem do tecido azul. O jeans ganhou outra conotação quando dentro de sua composição foi adicionado o elastano, assim dando o caimento perfeito tão desejado pelas mulheres. E depois a inclusão do algodão com o poliéster e o estastano adicionando a praticidade do jeans o brilho do poliester e o caimento perfeito do elastano.
O jeans só chegou a conquistar o restante da população após a proliferação social do seu conceito como roupa despojada e do cotidiano, sem perder seu charme e elegância
O estilo de calças rasgadas também é conhecido como "Bear Wear Band". É um estilo que visa unir o novo ao velho. A parte frontal da calça passa por um teste de desgaste e depois é unida a parte traseira intacta.
Celebridades como: Britney Spears, Jessica Simpson, Christina Aguilera e Jennifer Lopez também ajudaram a popularizar o jeans.

Lavagens e Rasuras

Há vários tipos de lavagem na fabricação do jeans. Uma delas e a mais clássica é a utilização de pedras vulcânicas para dar o ar de gasto. Essas pedras são especiais e porosas e são colocadas junto com o jeans dentro da máquina de lavar industrial.
Outros tipos de lavagens visam sempre dar algum tipo de aspecto ao jeans. Seja um aspecto de muito uso, mal passado e etc.
Algumas rasuras em jeans são feitas com ferramentas de construção antes de sair da fábrica como por exemplo uma esmerilhadeira.

Modelagens do jeans

Tradicional: Cintura no lugar e pernas de corte afunilado. Já foi chamada de five pochets (cinco bolsos), três na frente e dois atrás, uma referência à pioneira 501 americana da Levi's. Por seu corte acompanhar as linhas do corpo, costuma vestir bem a maioria das pessoas.
Antifit: Modelagem da 501, o primeiro modelo da Levi's.Tem botões ou zíper, adaptada a silhueta do consumidor, com cintura baixa, quadril desestruturado e corte reto nas pernas. Como o nome diz, não é um jeans de caimento perfeito; fica com pequenas sobras no quadril e cavalo. Tem pontos a favor: o conforto e o estilo.
Bootcut(Corte para botas): Uma variação do antifit, tem a perna um pouco mais larga do joelho para baixo, para facilitar o uso de botas para dentro da calça. Semibaggy: por ter cintura no lugar, quadril largo e corte da perna ligeiramente afunilado, de cintura fina e quadril largo.
Tight Fit ou Slim Fit: (caimento justo, apertado): com cintura baixa, tipo Saint-Tropez, marca bem os quadris e tem as pernas justas, com corte afunilado ou reto.
Cigarrete: modelagem ajustada ao contorno do corpo, pernas justas e cintura baixa.Algumas versões usam a mistura de jeans com lycra. O resultado é uma calça ainda mais agarrada.
Oversized (tamanho exagerado) : é o jeans bem folgado.Suas formas amplas não favorecem as mais baixas (achatam a silhueta) nem as gordinhas (parecem ainda mais gordas). Base extra dimensionada de cintura larga, quadril desestruturado e pernas amplas.
Skinny: Modelagem bem justa, principalmente abaixo do joelho. Parecida com a Legging, porém de tecido Jeans.

Em São Paulo, Pierre Cardin fala sobre socialismo, o cosmo e as mulheres

pierre-cardin-ministra-palestra-em-sao-pauloLooks históricos de Pierre Cardin ©Reprodução
Completando a agitada agenda de compromissos em São Paulo que incluiu um encontro com a imprensa, o desfile retrospectivo, a noite de autógrafos e a abertura de sua exposição, entre outras coisas, o lendário estilista Pierre Cardin concedeu na sexta-feira (29.04) uma palestra para convidados na sala de cinema do Shopping Iguatemi – com direito até a pipoca e refrigerante.
Assim como durante a coletiva de imprensa, que o FFW já falou aqui, Cardin, prestes a completar 89 anos, estava animado e de vez em quando até “atropelava” o tradutor, que tentava acompanhar seu ritmo. Misturando francês, italiano (ele é filho de italianos e nasceu na cidade de San Biagio di Callalta, onde morou até os dois anos, antes de se mudar para a França) e espanhol, Cardin chegou a se arriscar no nosso idioma, afirmando “Eu não falo português” e pescando algumas palavras do tradutor. Ele também se mostrou envolvido com a plateia, e fazia questão que as pessoas que fizeram perguntas ao fim da palestra se levantassem, para que ele pudesse vê-las com clareza e falar diretamente com elas.
Logo ao início da apresentação, o estilista já arrancou risos dos presentes: “Vou contar uma história da juventude; não muitas, porque tenho muitos anos, mas também fui jovem um dia, eu não nasci velho”, ele começou. Fazendo uma rápida retrospectiva do seu trabalho, Cardin contou curiosidades e falou sobre suas convicções; veja alguns dos destaques:
A introdução ao mundo da moda
“Eu queria ser ator, dançarino, mas não tinha dinheiro, então fui tentar trabalhar com moda. Uma amiga minha que lia mãos em Vichy me deu o endereço de um amigo dela, que trabalhava na maison Paquin, e eu fui procurá-lo. Chegando perto do lugar, pedi direções para um homem e falei que estava procurando a pessoa tal, que estava indo encontrá-lo na casa dele. E ele me disse: ‘Você é um mentiroso, porque eu sou essa pessoa e eu não te conheço’. Mas então nos apresentamos, e ele me apresentou à [estilista Jeanne] Paquin”.
Juventude e a vocação socialista
“Eu trabalhava na alta-costura, mas era socialista, como todos os jovens. Quando a gente é jovem, temos a ilusão de que podemos fazer tudo melhor que os outros. E isso é uma ilusão boa, porque então somos contestadores. E eu era contestador, na alta-costura, porque muita gente não tinha dinheiro para consumir aquilo. O prêt-à-porter era mal visto, mas eu saí da Chambre Syndicale, como um contestador, e fiz certo. Muitas pessoas me copiaram, e posso dizer que fiz minha fortuna com o prêt-à-porter”.
A inspiração feminina
“A moda evolui, e eu percebi que as coisas mudaram. As mulheres trabalhavam, eram brilhantes, inteligentes – hoje em dia elas trabalham mais que os homens. Eu sempre pensei na mulher que trabalha, por isso minha moda é moderna”.
O amor pelo cosmo e pela forma circular
“Eu sempre fui influenciado pelo cosmo, por cosmonautas, satélites. E eu sempre soube que o homem iria para a lua. Eu sou a única pessoa no mundo a ter vestido a roupa e sentado da cadeira do astronauta que foi à Lua — e fiz roupas inspiradas nisso: como as pessoas se vestiriam se estivessem na Lua”. Quanto à formas circulares e de “bolha”, recorrentes em seu trabalho, ele explica: “Nós não paramos quando somos redondos; quando você lança uma bola, ela vai longe, enquanto um quadrado quica e pára. A Terra é redonda, tudo é redondo, até o pó é redondo. Por isso esse é o meu símbolo”.
O sentimento de realização… e uma provocação
“Continuo criando até hoje porque ainda amo o meu trabalho. Eu sei que tive muita sorte porque realizei tudo o que eu quis e sou meu próprio banqueiro. Eu quero que vocês também realizem, que façam como eu”. Depois, rindo, ele pergunta à platéia: “O que vocês preferem: ser jovens e não ter nada ou ser velho e ter tudo?”.
+ Saiba mais sobre a semana de atividades de Pierre Cardin no site pierrecardinnobrasil.com.br
Exposição “Pierre Cardin – Criando Moda Revolucionando Costumes”
De 29 de abril a 29 de maio
De terça a sábado, das 12h às 21h; domingo, das 14h às 20h
Entrada franca
Shopping Iguatemi São Paulo
Av. Brigadeiro Faria Lima, 2232 – 9º andar

Festival de Hyères, sob direção de Raf Simons, aponta futuro da moda

leaTrabalho de Léa Peckre, vencedora desta edição de Hyères ©Reprodução
Esta semana aconteceu a 26ª edição do Festival Internacional de Moda e Fotografia, em Hyères, cidadezinha no sul da França.  Chamado apenas de Hyères, este evento é um dos cenários mais importantes do mundo quando o assunto é novos talentos, já que foi por lá que surgiram nomes como Viktor & Rolf e Gaspard Yurkievich.
Não é à toa, olha só o júri dessa edição: Raf Simons, presidente, mais Tim Blanks (style.com), Lazaro Hernandez e Jack McCollough da Proenza Schouler, Cathy Horyn “NYT”, Christopher Kane e Carla Sozzani (irmã de Franca, da “Vogue” italiana, e dona da multimarcas Corso Commo).
São duas competições que acontecem na paralela, a de design de roupa e a de fotografia, reunindo jovens talentos de várias partes do mundo. Na moda, cerca de 300 estilistas se inscreveram e apenas 10 entraram para a final. A vencedora foi a francesa Léa Peckre, que recebeu o prêmio de 15 mil euros, oferecido pela L’Oreal Professionel. Léa tem 26 anos e apresentou uma coleção inspirada em elementos do cemitério, sem ser fantasmagórica. Em seu site, ela explica: “não é um assunto religioso ou macabro. Eu me atraí pelas belezas absurdas do final da vida. Detalhes e elementos são a essência dos cemitérios, como túmulos, monumentos, as árvores ao redor, galhos no chão, as flores que envelhecem… São alguns dos pontos que iniciaram a coleção”. Léa já trabalhou na Rochas, Margiela, Chloé e Jean-Paul Gaultier, passagens que certamente renderam bastante para ela em termos técnicos e inspiracionais.
celine_meteil1Foto com um dos looks de Céline Méteil ©Reprodução
Outra francesa, Céline Méteil, venceu o prêmio do público e abocanhou 10 mil euros oferecidos pela feira Premiére Vision. Céline já trabalhou com Galliano e na Balenciaga, o que é evidente em seu trabalho de construção inspirado nos origamis japoneses (veja na galeria abaixo). Sua coleção dialoga com o corpo em um jogo que mistura estrutura e leveza.
anoukkruithof.nl_[11490]Edições do projeto “Daily Exhaustion”, de Anouk Kruithof ©Reprodução
Na fotografia, quem ficou em primeiro lugar foi a holandesa Anouk Kruithof, com uma série de 23 auto-retratos chamada “The Daily Exhaustion”, que é apresentada impressa como um jornal e distribuída de graça em exposições. Anouk ganhou como prêmio um ano gratuito de aulas na Visual Arts School, em Nova York.
Hyères virou um celeiro de novos talentos de alto nível e a indústria inteira acompanha. Durante os dias de apresentação, agentes, estilistas, empresários de grandes marcas, compradores, galeristas e representantes de lojas de departamento viajam para o Sul da França em busca do próximo gol da moda. Os olhos agora estão voltados para Léa, Céline e Anouk.
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Festival de Hyères, sob direção de Raf Simons, aponta futuro da moda
Look da coleção de Céline Méteil
 

Figurinista de “The Kennedys”, série com Katie Holmes, fala ao FFW

Holmes, fala ao FFW
01-arizona-jcrewFamília Kennedy da TV ©Divulgação
A minissérie “The Kennedys” já estreou nos Estados Unidos em 3 de abril e está marcada para chegar ao Brasil no dia 3 de julho no canal pago A&E . Por lá, a previsão era de que o seriado estreasse em fevereiro, mas, por pressão da família Kennedy, não foi fácil a missão de encontrar um canal que aceitasse passar a trama.
Apesar das críticas — que incluíam acusação de que a série não representava a história real e teria motivação política — a produção seguiu em frente com direito a elenco famoso: Greg Kinnear como John F. Kennedy, Katie Holmes como Jackie Kennedy, Barry Pepper como Robert F. Kennedy e Tom Wilkinson no papel de Joe Kennedy. O trailer da série mostra várias cenas conhecidas na história da família Kennedy, incluindo Katie Holmes com o famoso tailleur cor-de-rosa que Jackie O usava no dia do assassinato do então presidente dos EUA.

O figurino tem papel importante no seriado e ajuda a reconstruir a atmosfera da época e de uma das famílias mais conhecidas do mundo. O figurinista responsável por “The Kennedys” é Christopher Hargadon, que já assinou figurinos de filmes como “A Loja Mágica de Brinquedos” e “No Pique de Nova York” (com as gêmeas Olsen no elenco). O FFW participou da entrevista coletiva com o figurinista em que ele conta como foi transformar Katie Holmes em Jackie O.
04-kennedysTailleur rosa em Katie e o original, em Jackie O ©Reprodução
Hargadon disse que teve cerca de oito ou nove semanas para criar o figurino inteiro da série, e que sua principal ideia era tentar ser o mais preciso possível na recriação de pessoas que de fato existiram e fizeram parte da história. Segundo ele, são pelo menos cinco mil peças para todos os personagens!
Veja o que mais ele falou sobre as roupas usadas na minissérie de  oito capítulos:
Preparação
“O projeto era enorme. Muitas pessoas estavam envolvidas e havia muitos personagens no roteiro. Por ser um trabalho biográfico, tivemos que ser bem precisos em fazer um retrato dessas pessoas. Esse foi um trabalho para todos os departamentos, e para mim, foi tentar fazer os looks o mais próximos do que eram na realidade. Começamos a acumular referências visuais daquela época e das pessoas. Com isso, tivemos uma clara ideia de quem eram essas pessoas, como elas eram e como elas ficavam nas roupas”.
Pesquisa
“Juntei o máximo de fotos que pude e tive muita sorte porque há muita referência da família Kennedy dessa época na Casa Branca. Acho que pela primeira vez na história da Presidência houve tantas fotos. Com isso, começamos a olhar as milhares de fotografias e tentamos aplicar essas imagens no que estava no roteiro. Começamos com cerca de 10 mil fotos e depois fomos reduzindo até um número de referências aplicáveis na história. Foi tudo uma questão de encaixar as imagens históricas com as cenas que seriam gravadas”.
Materiais
“Tive que procurar muito os materiais para fazer as roupas, porque os tecidos de hoje são diferentes dos que existiam há 50 anos. Passei um tempo em Los Angeles, Nova York, Toronto e Montreal e também pesquisei online. Comprei materiais de todas essas fontes, porque se eu não usasse o tecido correto, a roupa não ia ficar apropriada e não ia parecer certa. E não tive que procurar só o tecido, tinha de ser da cor certa. Às vezes, eu comprava o tecido correto e então o tingia”.
03-kennedysCena de “The Kennedys” ©Divulgação
Personagens
“Alguns personagens eram mais complicados do que outros. O nosso trabalho era deixá-los o mais parecido possível com as pessoas reais. Todos tinham looks muito particulares e queríamos que ficasse preciso. A maior parte do figurino eu criei, especialmente para Jackie O. No início, eu pensei que talvez fosse possível usar algumas roupas já existentes, usar algo vintage, mas, quando comecei a trabalhar junto com a Katie [Holmes] percebi que provavelmente eu teria de construir tudo. E, no fim, construímos tudo”.
O desafio de recriar Jackie O
“Quanto mais entrávamos no projeto, mais percebíamos a importância de ser o mais preciso possível com o figurino. Quando está se fazendo uma obra biográfica você quer respeitar e honrar as pessoas que estão sendo retratadas. Com a Jackie, eu realmente quis mostrar uma variação em seus vestidos. Porque temos a visão icônica dela usando um chapéu e um tailleur, mas na verdade, ela tinha muitos looks. Ela foi a candidata perfeita para representar a moda do início dos anos 60. Ela era alta, atlética e se portava de maneira linda. Havia os looks casuais, os de negócios, o de dias em que ela ficava na Casa Branca, mas não havia nenhum compromisso formal… Eu quis mostrar de fato essa variação de estilos e de cores também.
Houve também looks mais complicados, por exemplo, tive de criar camisolas, pois há cenas em que ela está no quarto, pronta para dormir. Tive que pensar nisso também, olhando para o jeito geral em que ela se vestia e tentei fazer algo que fosse bonito e clássico, mas ao mesmo tempo que fosse fresco e clean. As linhas são simples e bonitas. E a coisa com roupas simples é que elas parecem simples, mas na verdade, elas precisam ser perfeitas para parecerem certas. Então, eu fiz questão de ter certeza que o caimento estivesse correto na Katie Holmes e que os tecidos e as cores estivessem corretos”.
02kennedysJackie O e JFK na versão minissérie ©Divulgação
Os personagens masculinos
“Os homens também tinham um estilo próprio. O Jack, por exemplo, não era conhecido por seu senso de estilo, ele era muito magro, as roupas ficavam meio largas. Ele estava mais interessado em se divertir, como um jovem. Mas quando cresceu, virou senador e chegou à Presidência. Estava sempre bem apresentável, com ternos com bom caimento. O irmão dele, Bobby, também tinha estilo, mas acho que não prestava muita atenção nas roupas antes de vestí-las. Em fotos é possível vê-lo com botão da manga aberto, gravata com nó frouxo e às vezes a camisa saindo de dentro da calça. Acho que ele era muito ativo e concentrado em seu trabalho. Vestir esses homens também foi desafio, como vestir as mulheres”.
O favorito de Katie Holmes
“Quando começamos a trabalhar junto, Katie foi sempre muito receptiva. Acho que foi o primeiro trabalho que ela fez usando roupas de outra época e ela ama roupa de época. Conversamos sobre nossas referências e havia um vestido que nós dois notamos desde cedo. Foi um vestido complicado de fazer, com body de veludo e saia de seda, estampada com flores. Acho que o tecido foi um presente de um sheik árabe. Falei para Katie que adoraria fazer um igual para suas cenas, mas achei que não seria possível reproduzí-lo, mas consegui achar materiais que deram certo. No fim, consegui mandar estampar uma seda e ficou bem parecido”.

Moda é a tendência de consumo da atualidade...

Moda é a tendência de consumo da atualidade. A moda é composta de diversos estilos que podem ter sido influenciados sob vários aspectos. Acompanha o vestuário e o tempo, que se integra ao simples uso das roupas no dia-a-dia. É uma forma passageira e facilmente mutável de se comportar e sobretudo de se vestir ou pentear.
"Embora tenham sido encontradas agulhas feitas de marfim, usadas para costurar pedaços de couro, que datam cerca de 40 000 a.C., ou mesmo evidencias de que o tear foi inventado há cerca de 9 000 a.C., só podemos pensar em moda em tempos muitos mais recentes. Ela se desenvolve em decorrência de processos históricos que se instauram no final da Idade Média (século XIV) e continuam a se desenvolver até a chegar ao século XIX. É a partir do século XIX que podemos falar de moda como a conhecemos hoje (POLLINI, 2007).
A moda nos remete ao mundo esplendoroso e único das celebridades. Vestidos deslumbrantes, costureiros famosos, tecidos e aviamentos de ultima geração. Não nos leva a pensar que desde a pré-história o homem vem criando sua moda, não somente para proteger o corpo das intempéries, mas como forma de se distinguir em vários outros aspectos tais como sociais, religiosos, estéticos, místicos ou simplesmente para se diferenciar individualmente.
A moda passou por várias transformações, muitas vezes seguindo as mudanças físicas e principalmente sociais que ocorreram dentro de um determinado período.
A moda pode ser considerada o reflexo da evolução do comportamento. Uma espécie de retrato da comunidade. É uma linguagem não verbal com significado de diferenciação. Instiga novas formas de pensar e agir."[1]
Para criar estilo, os figurinistas utilizam-se de cinco elementos básicos: a cor, a silhueta, o caimento, a textura e a harmonia.
A moda é abordada como um fenômeno sociocultural que expressa os valores da sociedade - usos, hábitos e costumes - em um determinado momento. Já o estilismo e o design são elementos integrantes do conceito moda, cada qual com os seus papéis bem definidos.
A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico. Pode-se ver a moda naquilo que se escolhe de manhã para vestir, no look de um punk, de um skatista e de um pop star, nas passarelas. A cada dia que passa o mundo da moda vem se superando e surpreendendo as pessoas, com cores vivas, tendências novas, cortes inusitados e inovadores. A moda proporciona aos que seguem uma tendência sempre inovadora e ousada. Ela é abordada sempre, encaixa em qualquer assunto e é sempre um meio de inspiração aos que a seguem.
Convém ressaltar que, deixando de lado a tendência etnocêntrica (na realidade "eurocêntrica"), a qual ainda hoje é preponderante, devemos ter clareza de que a moda, enquanto fenômeno, só se tornou "universal" em meados do século XIX, com o advento da crinolina. Até então, cada povo possuía sua própria maneira de se vestir e ornamentar, de maneira que conviviam diversas manifestações e estilos numa mesma época.
Mesmo hoje, em que vivemos, sob o capitalismo hegemônico, a fase da globalização, não se pode esquecer que o mundo muçulmano se constitui num universo à parte, onde a burka e o chador ainda são amplamente utilizados e onde populações inteiras, como a maior parte da Índia e as comunidades indígenas, bosquímanas e aborígenes australianos, por exemplo, estão alijados da produção e do consumo.


Índice



 

Histórico

 A nudez original - contextualização

Antes de nos determos em explanar sobre o vestuário, devemos - até por uma questão cronológica - dissertar brevemente sobre a nudez, já que se constitui, ainda que de forma involuntária, no primeiro modismo.
Dentre as várias formas de nudez que a humanidade experimentou (a nudez como contingência da natureza, a nudez como realização do ideal do belo, a nudez como forma de protesto, etc) podemos facilmente diferenciar as suas primeiras expressões:"A nudez dos indígenas ou dos homens das cavernas nada tem em comum com a nudez dos gregos e romanos. No primeiro caso trata-se de uma contingência imposta pelas condições materiais de vida e adaptação ao meio-ambiente, enquanto no segundo caso trata-se de uma solução da ordem da estética, com amplo lastro da filosofia e da doutrina moral então dominante."[2]
Explicitando melhor as razões e a manifestação da nudez no homem primitivo (primeira forma de nudez) podemos afirmar que:"Num momento em que a cultura ainda não existia e que o ser humano era coletor e nômade, antes da terceira glaciação, a nossa espécie era regida pela mesma lei que as demais espécies animais, a seleção natural. Os indivíduos mais fortes e mais adaptáveis sobrevivem, enquanto os mais fracos e menos adaptáveis transformam-se em alimento para animais maiores.
Alimentando-se de vegetais, frutas e tubérculos, vivendo em bandos e migrando através das pastagens e savanas primitivas atrás de alimento, o ser humano primitivo dava plena vazão aos seus instintos e, neste sentido, não devia ter grandes escolhas em relação ao objeto do seu desejo. Tanto indivíduos machos quanto fêmeas eram então completamente bissexuais, pois não havia diferenças anatômicas tão marcantes em relação aos sexos e também a busca constante de alimentos e a fuga de animais carnívoros limitavam bastante as oportunidades de acasalamento.
Estes indivíduos evidentemente ainda não haviam estabelecido um vínculo causal entre a cópula e a reprodução, ou seja, a razão pela qual as fêmeas engravidavam e davam a luz era tão vaga para eles quanto a razão do sol nascer aparecer e desaparecer no horizonte todos os dias. Num momento em que o sexo estava desvinculado da reprodução não havia qualquer sanção moral a qualquer modalidade sexual, até porque a moral ainda não havia sido inventada.
Durante a terceira glaciação este panorama edênico se altera drasticamente; grandes porções do planeta são cobertas pelo avanço das geleiras, o que restringe o habitat humano. O homem tem de procurar abrigo nas cavernas e, após descobrir o fogo, passa a se alimentar também de carne, tornando-se caçador. Para suprir a falta de garras e de presas produz os primeiros instrumentos de pedra, tornando-se artesão. Como subproduto da caça e da sua nova dieta alimentar produz as primeiras vestimentas, utilizando o couro e a pele dos animais abatidos. Além de proteger do frio, as roupas passaram também a proteger a genitália, especialmente a masculina, que o fato do homem ter se tornado exclusivamente bípede, tornara muito exposta, vulnerável a impactos e atrito."[3]
Um bom filme para ilustrar o período das primeiras incursões do homem primitivo no período das cavernas é A Guerra do Fogo, de 1981. Ainda que os produtores estadunidenses não ousem expor as personagens da tribo "menos desenvolvida" nuas - como de fato elas deveriam estar - as vestimentas da tribo "mais avançada" mantém alguma ligação com a realidade, como tem demonstrado a arqueologia.

A "nudez" dos indígenas sul-americanos e dos aborígenes


Indígenas do Pará, ainda sem contato regular com o homem branco, 1894.
Se considerarmos a produção de ornamentos como parte que compõe um vestuário, os indígenas sul-americanos e aborígenes australianos não estão realmente nus, pois utilizam - em doses fartas - de cores e de texturas em sua pintura corporal, cocares, cintos, brincos e outros adornos.
Os "adereços" utilizados visam se constituir em atrativo e apelo erótico em relação ao sexo oposto, têm função religiosa (ritual) ou social (no sentido de danças e eventos de socialização da tribo).
O que fez com que o colonizador europeu julgasse estarem nus foi o fato de que eles não tem, via de regra, nenhuma preocupação em ocultar a genitália. Pelo contrário, várias tribos a valorizam, através do uso de uma espécie de "estojo" peniano, ou então, tanto homens quanto mulheres, depilam-se e utilizam adereços coloridos para valorizar a região pubiana.
Para ilustrar o choque cultural que se produziu do encontro entre brancos (europeus) e indígenas sugerimos dois filmes, que estão entre as melhores produções do cinema brasileiro: Como Era Gostoso o Meu Francês, de 1970, e Hans Staden, de 1999. Em ambos os filmes entramos em contato com a maneira de "vestir" (adornar) dos tupinambás, um universo colorido engendrado pela fauna e flora tropicais, tão ricas em pigmentos (como o urucum), fibras (como a juta) e materiais diversos para a confecção de adornos e adereços (como as coloridas penas de araras e de tucanos).
Acreditamos que estes costumes estão inseridos num contexto muito maior, que visa perpetuar as tribos, tanto enquanto singularidades como enquanto culturas. Neste sentido, fica mais fácil a escolha do parceiro para a procriação, e a genitália depilada (tanto masculina quanto feminina) tem uma conotação mais higiênica.
Nos povos "primitivos", como vemos, a moda desempenha funções evidentemente pragmáticas.

As vestes dos indígenas da América do Norte, Incas, Maias e Astecas

Ao contrário dos povos indígenas sul-americanos, os indígenas da América do Norte sempre utilizaram roupas, no sentido contemporâneo do termo, apesar de também utilizarem cocares e outros adereços.
O uso de vestimentas "tradicionais" (para nossos padrões, ocidentais e cristãos) deve-se em parte ao clima temperado e em parte à proximidade em relação a duas grandes e antigas civilizações: os Maias e os Astecas.
O filme O Homem chamado Cavalo, de 1970, é muito preciso na recriação das roupas dos índios Sioux e Crow.[4] Tal como nos filmes brasileiros, citados no tópico anterior, o filme mostra o choque entre duas culturas distintas (e por vezes antagônicas) e a possibilidade de adaptação individual ou de síntese cultural.
As três grandes civilizações da América Pré-Colombiana (Incas, Maias e Astecas) possuíam em comum o gosto pelas vestes elaboradas (tais como túnicas, mantos e capas), a tecelagem bastante desenvolvida (no caso específico dos Incas, utilizando-se inclusive da lã das lhamas e vicunhas) e o fato dos trajes mais vistosos e coloridos serem destinados aos homens, bem como brincos, bandanas, pulseiras e demais ornamentos. As vestes femininas eram geralmente monocromáticas e de corte reto.[5]
Os quechuas e aymaras, na América do Sul, preservam ainda hoje muitos dos hábitos dos antigos incas.

 Na antiguidade

Como vimos, já no final da Pré-história os seres humanos passaram a se cobrir com peles de animais para se proteger do clima e, com o tempo, essa proteção foi se tornando cada vez mais sinônimo de poder e status. As pessoas achavam que usar peles de animais estava na moda, cada vez se via mais.
Esta tendência foi sendo suplantada pelo uso de fibras naturais como o linho e o algodão no Egito e a seda na China. Na Antiguidade Oriental as vestes passaram a ser usadas para diferenciação social: as diferentes castas na Índia usavam cores e padronagens diferentes, no Egito a veste do camponês era apenas um perissoma (espécie de "fralda") feito de algodão enquanto os sacerdotes e guerreiros usavam túnicas elaboradas e vários adornos e, desta maneira, foram surgindo nas sociedades orientais várias formas de indumentária e ornamentos, para que as pessoas pudessem ser facilmente identificadas, em relação ao papel que desempenhavam.

Cerimônia do "abrir a boca", do Livro dos Mortos.
Os gregos, com o culto ao belo e o seu ideal de Paideia que consistia no pressuposto de que "uma mente sã habita um corpo saudável" (que os romanos traduziram por "mens sana in corpore sano"), desprezavam as vestimentas. Os jovens do sexo masculino andavam nus a maior parte do tempo - conforme podemos perceber ao analisar a estatuária e pintura grega - mas tinham sempre uma espécie de manto ou capa ao ombro, para solenidades cívicas ou para o interior das habitações.
Como as mulheres eram desvalorizadas, passando a maior parte do tempo reclusas no gineceu, elas normalmente são representadas vestidas, com o "peplos" jônico (Atenas) ou o "chiton" (ou quíton) dórico (Esparta). É facilmente perceptível a diferença na representação masculina e feminina ao analisarmos os padrões de Kouros e Kore.
Com o helenismo, e a expansão das letras e das artes gregas por toda a bacia do Mediterrâneo, as várias culturas se mesclam ocasionando uma mudança nas formas de representação. No bojo da síntese formal helenística começam a aparecer, pela primeira vez, mulheres representadas nuas, como é o caso da famosa Vênus de Milo.

Afresco de Pompéia, representando um jovem.
Em Roma, profundamente mais democrática em relação ao gênero do que a Grécia, as mulheres não apenas participam da vida cultural, como também das solenidades cívicas. Há inúmeros exemplos na estatuária romana de elaborados penteados e suntuosas vestimentas que identificavam as mulheres patrícias.
Aos homens da classe senatorial (senadores, magistrados, tribunos) era permitido o uso da toga, a qual ainda hoje é usada pelos juízes.
Os plebeus, tanto homens quanto mulheres, usavam trajes semelhantes aos patrícios (sendo vetado apenas o uso da toga) mas não usavam ornamentos indicativos de alta condição social, como os diademas, anéis e demais ornamentos.
No período bizantino, onde o cristianismo já era a religião oficial do Estado, proscreveu-se a nudez e as roupas tornaram-se nitidamente mais amplas e mais longas, sendo que foram estas as vestimentas que deram origem aos hábitos dos monges e freiras e às batinas dos padres. Dava-se valor, por exemplo, às roupas na cor roxa, chamada "púrpura", pois essa cor era derivada de um pigmento muito raro que só a nobreza tinha condições de adquirir.

Corte do Imperador Justiniano, retratada em mosaico de Ravena.
Já os mais pobres usavam roupas na cor azul, que era feita com uréia, encontrada em abundância, pois os tintureiros tomavam muitas bebidas alcoólicas, faziam a urina em baldes, e essa era utilizada para tingir as peças de tecido.[6] Os camponeses usavam ainda tons crus, o ocre e o terra.
Facilmente encontramos, em qualquer compêndio de química, como produzir a cor azul através da uréia:
"Encontramos ainda na saliva substâncias que estão sendo excretadas e que não possuem qualquer função na digestão tais como o sulfocianeto, o nitrito e a uréia.(...)Colocar em tubo de ensaio 1 mL de saliva filtrada, duas gotas de ácido sulfúrico diluído (10%) e duas gotas de iodeto de potássio (10%). Desprende-se iodo que pode ser melhor observado pela adição de 1 mL de goma de amido 1% levando ao desenvolvimento de cor azul."[7]
Curiosidade:
"O assentamento de Çatalhüyük, na Anatólia, datada de 6700 anos a.C (porção asiática da Turquia e européia da Trácia), é a primeira comunidade que se tem registros sobre o modo como as mulheres exerciam maior influência do que os homens, no papel de "dona de casa". Esse povoamento dava grande importância à moda, de acordo com as jóias de cobre e chumbo, os tecidos coloridos, as fivelas de cintos e os tapetes ricamente adornados e manufaturados usados por eles. Além disso, os humanos se cobriam com peles de animais para se proteger do frio e, com o tempo, essa roupagem se tornou símbolo de poder e status. A evolução desses adornos deu origem ao que vemos nas civilizações do Egito, Grécia e Roma antigos, com roupas leves e soltas, adequadas ao ambiente e à temperatura. Os acessórios e jóias eram feitos de ouro, cobre ou chumbo, conseguidos nos leitos dos rios. Durante o período Bizantino de ocupação, a nobreza se distinguia por utilizar a cor roxa, que derivava de um pigmento especial e raro, que somente o alto poder tinha poder de aquisição. Os plebeus eram caracterizados pela cor azul, que era conseguido através do álcool expelido na uréia humana. "[8]
As grandes civilizações do extremo oriente, Índia, China e Japão desenvolveram estilos e modismos próprios, extremamente diferenciados, sendo que a principal inovação foi no campo das texturas, pelo uso da seda, e do tingimento.

 A moda na Idade Média

No início da Idade Média, isto é, na Alta Idade Média, as invasões bárbaras levaram ao isolamento e à vida nos feudos, desagregando as cidades e praticamente extinguindo o comércio em toda a Europa.
Dentro destas condições, as vestimentas passaram a ser produzidas artesanalmente, com fibras naturais e em cores cruas, tornando-se raras e exclusivas, apesar de extremamente básicas. A forma se assemelhava às bizantinas e a elite, formada pelos guerreiros e sacerdotes, se distinguia dos camponeses também através da vestimenta, a qual era colorida (normalmente vermelho ou verde). As roupas eram confeccionadas em casa, evoluindo das túnicas merovíngias (de comprimento até a altura dos joelhos, bordadas nas pontas e amarradas por cintos) até as ricas vestimentas da época carolíngia, com enfeites de brocado.
Com o passar do tempo os camponeses começaram a tingir tecidos em tom azul, pois este é facilmente conseguido através da uréia.
A partir do século X, com o final das invasões e o renascimento comercial e urbano, houve a formação das corporações de ofício, dentre elas as dos tecelões e dos tintureiros, criando uma maior variedade, ou seja aumentando a quantidade e a qualidade das roupas.
Com o desenvolvimento das cidades e a reorganização da vida das cortes, a aproximação das pessoas na área urbana levou ao desejo de imitar. Enriquecidos pelo comércio, os burgueses passaram a copiar as roupas dos nobres. Ao tentarem variar suas roupas, para diferenciar-se dos burgueses, os nobres inventavam algo novo e assim por diante.
Em termos de indumentária, também podemos falar do românico e do gótico enquanto estilos válidos.
Enquanto a Europa Ocidental variou as formas de vestuário, como vimos, em contrapartida, a cultura oriental bizantina se manteve atrelada ao seu próprio estilo.
Com o Renascimento existe a tentativa de copiar os trajes romanos da época imperial mas, devido às contingências impostas pela época, o que as guildas acabam por fazer é uma releitura da indumentária clássica, adaptando-a à moral cristã então vigente, ao clima (sensivelmente mais frio do que havia sido na época romana[9]) e aos recursos materiais e técnicos de que então se dispunha.
Os camponeses, alheios à moda e aos modismos, continuarão a se vestir mais ou menos da mesma forma até meados do século XIX.

A moda na Idade Moderna


Madame de Pompadour. Exemplo de elegância no Antigo Regime.
A idade moderna é a época que vai do século XV ao XVIII. É a chamada "Época das Grandes Navegações", período em que a América foi descoberta e a noção de um mundo em forma de quadrado do Medievo foi abandonada...
No início da Idade Moderna, há uma preferência nas cortes européias pelo vermelho, as roupas mais refinadas levavam esta cor. O metódo de tingimento utilizava o pau-brasil, extraído em larga escala no Brasil para atender a este modismo.
Vários filmes tem figurinos inspirados pelos estilos diferenciados, que foram criados e veiculados na Idade Moderna. Podemos citar A Rainha Margot, filme francês de 1994, com Isabelle Adjani no papel título, dirigida por Patrice Chéreau: logo na primeira cena (o casamento de Margot com Henrique de Bourbon, interpretado por Daniel Auteuil) Margot está usando um modelo maravilhoso, vermelho, de cetim, com uma gola alta e larga de renda a lhe emoldurar o rosto; sua mãe, Catarina de Médicis (vivida por Virna Lisi), também usa um modelo suntuoso, ao qual não falta nem mesmo o véu. Durante o filme, vemos desfilar brocados (como no modelo magnífico, que ela usa para ir às ruas, travestida em prostituta), rendas e sedas, em modelos ora com ousados decotes, ora com golas altas, inspiradas nos retratos de Rubens, Rembrandt, Velásquez e Frans Hals.
Ambientando na mesma fase histórica (época da chamada Revolução na Cristandade), Elizabeth, filme inglês de 1998, também traz vários exemplares retirados das imagens deixadas pelos grandes mestres da pintura da época, apenas que, por ser britânico, faz alusões também a Hans Holbein, pintor oficial da corte de Henrique VIII, pai de Elizabeth. São vestidos em tecidos "encorpados" e brilhantes, em tons de vermelho,amarelo e verde, com o chamado ventre de corsa: o corpete acabando em bico na parte dianteira e a saia se abrindo volumosa para os lados. Os homens usam as calças curtas (na altura dos joelhos) e bufantes e uma espécie de "enchimento" para realçar a genitália (moda lançada na época de Henrique VIII, o qual gostaria de passar à posteridade como um rei viril). O figurino e os cenários da cena de coroação foram inspirados em uma pintura da coroação da verdadeira rainha Elizabeth I.[10]
Também recorrendo à obra de um grande mestre do período (desta vez Vermeer) foi lançado em 2003, pelo Reino Unido e Luxemburgo, Moça com Brinco de Pérola. Desta vez, vemos não apenas as roupagens suntuosas dos aristocratas e o interior dos palácios, mas também burgueses (que se vestem com roupas que afetam a forma geral dos trajes aristocráticos, mas são feitos com material de qualidade inferior) e pessoas do povo (alheios à moda, vestindo-se ainda como na época medieval).
No final da idade moderna, temos um grande personagem histórico que marca a moda: Luix XV. Sua contribuição se dá basicamente pelo uso de salto alto, algo inovador. Nesta época também é notável a presença de perucas, babados, o estilo rococó aliado ao vestuário.[11]
Revivendo o luxo, o requinte e o glamour de Versailles, os Estados Unidos lançaram em 2006 Maria Antonieta. Trata-se de uma alegada "biografia mais humanizada" da última rainha da França no Antigo Regime. Este filme é interessante de ser citado pois a Idade Moderna se encerra oficialmente com a Revolução Francesa de 1789, em virtude da qual Maria Antonieta perde a cabeça na guilhotina. Antes porém que sua real cabecinha vá parar em um cesto, ela desfila vários penteados extremamente altos (que a cultura lusitana costuma apelidar de ninhos de ratos), jóias e vestidos, em geral estampados, em seda ou brocado.
A partir do século XVIII, com a chamada Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, e a mudança do capitalismo comercial - mercantilismo para o Capitalismo Industrial a Moda deixa o seu caráter artístico/artesanal de lado e passa a ser também inserida na rede engendrada pelo Mercado.
"...a consolidação da Revolução Industrial possibilitou a produção em larga escala de bens de consumo, como roupas, tecidos e calçados. Dentro de um universo mais comunicativo, todo o mundo passou a adotar o estilo europeu para a moda, em todas as camadas sociais, apenas adaptando-as para seus climas e crenças religiosas."[12]

 A moda no século XIX


Evolução da Moda Feminina, de 1794 a 1887.
O século se inicia com a emolução do Império Romano, por parte da corte de Napoleão Bonaparte, o qual se faz inclusive coroar Imperador pelo papa Pio VII em 1805. Dentro do clima generalizado de "revival", a moda desempenha o seu papel ao livrar as mulheres, de uma só vez, dos espartilhos, anáguas, armações para saias e anquinhas: era o "Estilo Império".
Com a derrota definitiva de Napoleão, o Congresso de Viena e as várias restaurações monárquicas, dele advindas, há um anseio pela "volta à ordem" e a década de 1830 adotará um perfil mais romântico, com saias mais amplas e grandes mangas bufantes, embora o comprimento das saias ainda fosse ligeiramente mais curto.
Na década seguinte, a tendência romântica se consagra e a silhueta feminina vai afetando a forma de um sino, ou uma flor invertida, o foi consagrado com o advento da crinolina.
As crinolinas marcam o momento em que surge a indústria da moda propriamente dita, sendo este o primeiro modismo que poderíamos chamar de "universal": foram usadas de 1852 a 1870, em lugares tão diversos quanto a Nova Zelândia (assistam ao clássico filme O piano e vejam a protagonista fazer uma tenda com a sua anágua crinolina, sob a qual pernoitam ela e a filha) e o Brasil (assistam Mauá - O Imperador e o Rei e vejam May, interpretada por Malu Mader, entreter-se em girar a sua crinolina), a França e o México, os Estados Unidos (basta assistir ao clássico E o vento levou e ver o quanto as crinolinas marcam o estilo do sul dos Estados Unidos) e as colônias européias da África e Ásia, conforme retratadas no clássico O rei e eu por exemplo.
Podemos aludir a uma anedota, que Gilda de Mello e Souza[13] alude apenas por alto, que explica o surgimento das crinolinas e demonstra a ligação destas com a indústria: Napoleão III, sobrinho de Napoleão Bonaparte, governou a França de 1848 a 1852 como presidente da República e de 1852 a 1870 como imperador. Ele era casado com a belíssima nobre espanhola Eugênia de Montijo, mulher de sangue quente e que detestava o desconforto produzido pelas 9 anáguas engomadas que eram usadas para armar as saias na corte.

estilos de moda em 1822.
Havia uma fábrica de espetos, em processo de falência, chamada Peugeot. Um belo dia de julho de 1854 a fábrica recebeu a ilustre visita da imperatriz que lhes trouxe um desenho seu de uma espécie de gaiola feita de finíssimos aros de arame de aço e que, desde então, tornaria a indumentária feminina muito mais leve e mais arejada, a crinolina.
A Peugeot foi salva da falência (após 1870 ela passou a produzir guarda-chuvas, depois bicicletas até chegar aos automóveis), a França tornou-se líder mundial inconteste no universo da moda e o nome da bela Eugênia passou a estar associado, para todo o sempre, às “maisons” de alta costura.
Em 1870, com a derrota de Luís Napoleão Bonaparte (Napoleão III) na Guerra Franco-Prussiana a 3ª República adota o estilo "princesa" e a partir de 1880 vemos se repetirem, até o final do século, tendências e estilos esboçados em momentos anteriores. as crinolinas caíram em descrédito, sendo substituídas pelas tournures ("anquinhas") que armavam apenas a parte traseira das saias e vestidos. Estas, foram usadas até o final da década de 1880.

A virada do século

A década de 1890 reviveu a de 1830 e a moda do século XX, até o final da Primeira Guerra Mundial, em nada se diferenciou da moda do século XIX.
"...no inicio do século XX a Europa vivia uma intensa transformação de valores e costumes, ninguém mais do que Paul Poiret soube enxergar o que esta nova época desejava em matéria de vestimenta. Com apenas 24 anos, Poiret abriu sua própria Maison. Inspirados pelos Balés Russo e pela atmosfera Oriental, realizou roupas que mudaram a silhueta feminina e a História da Moda. Em 1906, um vestido marcou a nova silhueta, não mais apertada, espremida pelo espartilho. Poiret ficou conhecido por liberar as mulheres desse incomodo acessório. Para a mulher que precisava usar todos os dias o apertado espartilho, foi uma revolução (POLLINI, 2007).
A influência oriental na moda de Poiret é evidente. O mestre inspirava-se também no folclore e na história. Os tecidos são finos e delicados. Poiret gostava de utilizar seda e cetim, finas musselinas, bem como tecidos tipo véu e tule. Além do mais, as suas criações eram um verdadeiro festival de cores: vermelho e cor de rosa brilhante, verde e amarelo, por vezes, alguns tons intensos de castanho, isto numa época em que as senhoras se costumavam vestirem tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul (LEHNERT, 2001).
As feministas decretam o fim do espartilho. A guerra e a urbanização pedem roupas mais práticas e de volume menor: saias no tornozelo e botas de cano alto.
Até 1914 a moda manteve-se estática. Mas, depois disso, com o advento da Primeira Guerra Mundial, as sufragistas, as epidemias, o desastre com o Titanic e a popularização do cinema mudo, o mundo se transformou, gerando reflexos na moda.
Nessa época surgiu o soutien, criado por Mary Phelps.
A Primeira Guerra Mundial veio provocar um corte em todos os movimentos artísticos, e não apenas na moda. Tal como os escritores e os pintores, também muitos estilistas forma mobilizados ou alistaram-se voluntariamente (LEHNERT, 2001).
Durante a Primeira Guerra, as mulheres tiveram de assumir trabalhos que antes eram exclusivamente desempenhados por homens, o que impulsionou de certa forma uma nova postura da mulher. E ainda, o Jazz, o Charleston e as novas descobertas cientificas (que encorajavam a pratica de esportes e passeios ao ar livre) contribuíram para, de repente, a moda dar um pulo: subitamente, a silhueta mudou, o cabelo mudou, a altura das saias mudou, os costumes mudaram. Foi um período de retumbante liberdade, e para as mulheres, uma redescoberta: a silhueta passou a ser tubular, e a cintura, os quadris e os seios não eram mais evidenciados, ao contrário, eram utilizadas cintas e malhas que “igualavam” a silhueta (POLLINI, 2007).[14]

A moda nos anos 1920

Nessa época, a moda já estava livre dos espartilhos do século XIX. As saias já mostram mais as pernas e o colo. Na maquiagem, a tendência era o batom. A boca era carmim, em forma de coração. A maquiagem era forte nos olhos, as sobrancelhas eram tiradas e o risco pintado a lápis. A tendência era ter a pele bem branca.

Moda de 1925.
Foi a época de Hollywood em alta, e a maioria dos grandes estilistas da época, como Coco Chanel e Jean Patou, criaram roupas para grandes estrelas.
Foi uma década de prosperidade e liberdade, animada pelo som das jazz-bands e pelo charme das melindrosas, as mulheres modernas da época, que frequentavam os salões e traduziam em seu comportamento e modo de vestir o espírito da também chamada Era do Jazz.
A silhueta dos anos 20 era tubular, os vestidos eram mais curtos, leves e elegantes, com braços e costas à mostra. O tecido predominante era a seda. Os novos modelos facilitavam os movimentos frenéticos exigidos pelo charleston - dança vigorosa, com movimentos para os lados a partir dos joelhos. As meias eram em tons de bege, sugerindo pernas nuas. O chapéu, até então acessório obrigatório, ficou restrito ao uso diurno. O modelo mais popular era o "cloche", enterrado até os olhos, que só podia ser usado com os cabelos curtíssimos, a "la garçonne", como era chamado. A mulher sensual era aquela sem curvas, sem seios e com quadris pequenos. A atenção estava toda voltada aos tornozelos.
A sociedade dos anos 20, além da ópera ou do teatro, também freqüentava os cinematógrafos, que exibiam os filmes de Hollywood e seus astros, como Rodolfo Valentino e Douglas Fairbanks. As mulheres copiavam as roupas e os trejeitos das atrizes famosas, como Gloria Swanson e Mary Pickford. A cantora e dançarina Josephine Baker também provocava alvoroço em suas apresentações, sempre em trajes ousados.
Em 1927, Jacques Doucet (1853-1929), figurinista francês, subiu as saias ao ponto de mostrar as ligas rendadas das mulheres - um verdadeiro escândalo aos mais conservadores. Foi a época da estilista Coco Chanel, com seus cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos. Durante toda a década Chanel lançou uma nova moda após a outra, sempre com muito sucesso.

Evolução esquemática da moda do início do século XX à década de 60.


Figurinistas da década de 1920
  • Jacques Doucet (1853-1929), um figurinista francês, em 1927, subiu as saias para mostrar as ligas rendadas.
  • Coco Chanel criou a moda dos cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e cabelos curtos.
  • Jean Patou, estilista francês teve o foco na criação de roupas esportivas. Inclusive para a tenista Suzanne Lenglen. Também revolucionou a moda da praia com seus maiôs.

 Décadas de 30 e de 40

Toda a euforia dos "felizes anos 20" acabou no dia 29 de outubro de 1929, quando a Bolsa de Valores de Nova York registrou a maior baixa de sua história. De um dia para o outro, os investidores perderam tudo, afetando toda a economia dos Estados Unidos e, consequentemente, do resto do mundo. Os anos seguintes ficaram conhecidos como a Grande Depressão, marcados por falências, desemprego e desespero.
No plano político, a recessão econômica levou ao conservadorismo e à ascensão de líderes totalitários: Hitler na Alemanha, Mussolini na Itália, Salazar em Portugal, Franco na Espanha, Stalin na União Soviética e Getúlio Vargas no Brasil.
A reboque, a moda viu-se forçada a uma "volta à ordem". Após os "loucos anos 20", a década seguinte vê os vestidos voltarem aos calcanhares, os decotes diminuírem e os sapatos quase se tornarem as "botinhas" de 1900.
Os homens ganharam ternos desestruturados, normalmente de linho, de ombros estreitos e calças mais curtas e mais justas.
Um bom filme a ser assistido, para quem desejar ver ilustrada com precisão a mudança de paradigmas estéticos da década de 20 para a de 30 é Tomates Verdes Fritos, filme estadunidense de 1991 que retrata com extrema sensibilidade o período. Aos poucos vemos os vestidos vaporosos darem lugar aos mais "pesados" (e mais fechados), os sapatos de saltos altos com pulseirinha no tornozelo serem substituídos pelos mais baixos e bem fechados, como "botinhas", e os cabelos curtos à garçonne darem lugar aos longos, presos em coque na nuca.
Com a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) o guarda-roupa, tanto masculino quanto feminino, ganha formas e cores militares: os ombros se agigantam (o "poder"), a cintura se estreita e as cores tendem para o sépia, o bege e o verde musgo. Carmen Miranda lança a moda das plataformas e arrebanha adeptas em todo o mundo.
A moda dos anos 40 foi esplendidamente compilada nos figurinos de filmes como Casablanca, de 1942 e Gilda, de 1946.

Década de 50

O fim da Guerra e a emergência dos Estados Unidos como líderes incontestes do mundo ocidental levaram a uma onda de otimismo sem precedentes.
É a época de ouro das multinacionais, de Hollywood e da moda "made in USA" no caso o "new look", criado por Christian Dior mas repaginado e divulgado por centenas de filmes de divas como Marilyn Monroe e Jane Russell. Por um curto espaço de tempo, a Argentina também terá a sua diva, na figura da primeira dama, Eva Perón.
As saias são amplas, em godê guarda-chuva ou balonê, revivendo um pouco a época das crinolinas. Os tecidos brilhantes e "encorpados" como o tafetá e o cetim convivem com o crepe de seda, o tule e o jersey. O bolerinho volta a ser usado, bem como o redingote.
Na moda masculina, a tendência são os topetes, as calças com pregas, a risca-de-giz e os sapatos com a ponta afilada. Os jovens mais ousados imitam James Dean e Marlon Brando, passando a usar gibão de couro, camiseta branca e calça de brim, a qual ainda não é chamada jeans.
Além dos próprios filmes da época, como Os Homens Preferem as Loiras e Como agarrar um milionário de 1953, O pecado mora ao lado e Ladrão de casaca de 1955, O Sorriso de Mona Lisa, de 2003 é um bom filme para analisarmos as modas e os modos da alta burguesia do nordeste dos Estados Unidos (Nova Inglaterra) entre os anos de 1953 e 1954: estão em pleno uso os soutiens de bojo, as cintas e modeladores, as saias godê em várias padronagens, bem como o duplo padrão de moralidade (onde, a exemplo do que acontecia no Brasil Colonial [15] ao homem tudo era permitido, em se tratando de sexo e sexualidade, e à mulher "de família" tudo era ocultado, tolhido e negado) e a hipocrisia social (onde todos fazem "vistas grossas" aos "pecadilhos" dos bem nascidos, mas não perdoam nem mesmo o menor deslize dos subalternos) tão característica daquela forma de sociedade.

 Décadas de 60 e 70

No seu viés elegante, a década de 60 foi marcada pelo uso do scarpin, algumas vezes com salto carretel, e o "tubinho", de corte reto, clássico legado de Madame Chanel, comprimento acima do joelho. Os cabelos eram usados no corte/penteado "gatinha", mesma denominação dada aos óculos de forma amendoada e com os cantos exteriores proeminentes.
Os homens usaram (pouco) o terno bem cortado, de modelagem definida mas sem exageros e (muito) a calça jeans (já conhecida por este nome) e a camiseta. Os topetes continuaram em alta.
No viés "rebelde" ou "revolucionário" tivemos o movimento hippie.

Hippies.
Na imagem ao lado vemos dois hippies que veiculavam a consígnia "paz e amor", lemas da época. Usavam roupas de cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom humor, como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil, Chile e França.
A maquiagem era essencial e feita especialmente para o público jovem. O foco estava nos olhos, sempre muito marcados. Os batons eram clarinhos ou mesmo brancos e os produtos preferidos deviam ser práticos e fáceis de usar. Nessa área, Mary Quant inovou ao criar novos modelos de embalagens, com caixas e estojos pretos, que vinham com lápis, pó, batom e pincel.
As perucas também estavam na moda e nunca venderam tanto. Mais baratas e em diversas tonalidades e modelos, elas eram produzidas com uma nova fibra sintética, o kanekalon.
Nos anos 70 o Movimento hippie foi absorvido pela mídia e passou a ser "mais uma tendência", nas batinhas indianas, tecidos florais (a chita voltou com tudo) e bijuterias falsamente artesanais. Usou-se a "boca-de-sino" e a "pata de elefante", que eram calças com as pernas muito largas, e o tropicalismo trouxe de volta as plataformas (agora usadas para ambos os sexos) e os turbantes e "balangandãs" de Carmen Miranda. Usaram-se combinações de cores bastante insólitas, como o roxo com laranja e o verde com roxo.
A partir de 1975, com a onda "disco" e o surgimento das danceterias, que na época se chamavam discotecas, voltaram as sandálias de salto agulha (agora usadas com meias curtas e coloridas de lurex) e a saia "evasê". Surgiu a "frente-única" e o vestido de "lastex". O cabelo black power era a sensação do momento.
Foi na década de 70, em Berlim, que surgiu o Movimento Punk, que marcou profunda e decisivamente a moda, a música e o comportamento. Grande expoente deste movimento, a ex-cantora de ópera, Nina Hagen.

 "Hair" - Moda e Modismos Hippies


Músicos Hippies, com seus longos cabelos.
"Hair foi originalmente um musical da Broadway, lançado em 1967, no bojo da contra-cultura , do pacifismo e da contestação à Guerra do Vietnã, sob os "slogans" do "PAZ E AMOR" e "FAÇA AMOR, NÃO FAÇA A GUERRA" veiculados pelo movimento hippie. O título do filme, "cabelo", refere-se aos longos cabelos da maioria de suas personagens e que, na época, eram uma forma de contestação aos valores sexistas da sociedade tradicional, além de uma manifestação da estética adotada pela juventude . HAIR, produzido na década de 1980, é o fiel retrato de uma época em que se consolida o “poder da flor” e que, pela primeira vez na história, os jovens do mundo todo assumiram uma postura crítica e ativa: já não eram mais os jovens “rebeldes” da década anterior (1950), eram jovens genuinamente revolucionários. A sua atitude deixou de ser pautada por um pacifismo apenas conformista, deixou de ser passiva e desengajada, a sua crítica passa a ter consistência. Em várias partes do mundo os jovens demonstram que já tem consciência de sua própria força, participando nus no “Central Park” de manifestações contra a Guerra do Vietnã (1968) ou então de manifestações em prol dos direitos civis dos negros no sudeste dos Estados Unidos e contra o “Apartheid” na África do Sul. O que nós podemos vislumbrar, além dos conflitos internos intrínsecos das personagens, é o conflito social e o choque cultural inerente a esta época, o que nos faz afirmar que existe uma grande dose de universalidade no filme HAIR, pois os ideais de seus jovens personagens são também os ideais de todos os nossos jovens que resistiram à ditadura e que procuraram democratizar as relações intersexuais , questionando os papéis homem/mulher, interaciais, religiosos e políticos."[16]
A moda no Brasil vem tendo grandes mudancas, a moda dos anos 60, 70 voltou a tona e com forca total. Fazendo com que muitas pessoas mudem seu jeito de ser e sigam uma tendencia.

Anos 80 e 90

Os anos 80 e 90 constituíram-se num "revival" de várias épocas passadas:
  • O vestido de noiva de lady Diana, cujo casamento foi assistido ao vivo, via satélite, por milhões de pessoas ao redor do mundo, foi um "lançamento oficial" do estilo chamado de "New Romantic", o qual usou e abusou dos babados, laços, fitas e rendas.
  • Todo o figurino do filme futurista Blade Runner: o caçador de andróides, de 1982, trazia os ombros ultra estruturados e os terninhos em estilo militar da década de 40 (o "poder").
  • Nestes anos Meryl Streep estelou três filmes de época, sendo dois consecutivamente: A mulher do tenente francês em 1981 e A escolha de Sofia em 1982. Ainda na onda "revival", estrelou também Entre dois amores em 1985.
  • O filme italiano La Chiave (A Chave), de 1983, dirigido por Tinto Brass, que trazia Stefania Sandrelli no papel principal, revive de maneira nostálgica a elegância da Itália no início do fascismo.
  • Os filmes De volta para o futuro,[17] de 1985 e Dirty Dancing-ritmo quente, de 1987 traziam de volta o glamour dos anos 50. Estes filmes alavancaram a volta das saias godê guarda-chuva e balonê, do tafetá e do crepe de seda, além dos famosos bolerinhos (espécie de casaquinhos curtos, em geral com meia manga, ou manga três quartos).
  • Em Peggy Sue: seu passado a espera, de 1986, dirigido por Francis Ford Coppola, Kathleen Turner retorna a 1960, tendo a chance de modificar o seu futuro, ao decidir se deveria se casar ou não com Nicolas Cage, de quem ela está se divorciando em 1985. O vestido de noiva de Peggy Sue, um clássico, trouxe de volta a moda noiva de 1960.
  • Também de 1986, Veludo Azul, de David Lynch, utilizando-se de música homônima de Bobby Vinton para compor o título, tem evidentes ligações com a moda. A personagem principal, uma cantora de salão mantida prisioneira por um psicopata, usa modelos clássicos e glamourosos da década de 50, inclusive um tomara que caia em veludo azul, o qual confirma a tendência geral da época.
  • O clássico ...E o vento levou, de 1939, foi relançado em versão restaurada. Houve um seriado televisivo, Scarlet, lançado nesta época, que se propunha a ser a continuação da história. Ambos os eventos reforçaram a tendência geral às saias rodadas e mais volumosas, aos babados e aos bolerinhos.
  • Para o clip da música Material Girl a pop star Madonna realizou uma releitura de Marilyn Monroe cantando "Diamonds are a Girl's best friends" em Os Homens Preferem as Loiras, de 1953. O tomara que caia ajustado ao corpo, de cetim foi bastante copiado.[18]
  • Nos anos 80 eram comuns "festas dos anos 50" ou "festas dos anos 60", com muito twist e rock and roll, dando origem a várias bandas nacionais, como a Blitz. Já nos anos 90 a febre foram as "festas dos anos 70", com muito colorido, preponderando o laranja e o roxo e ressurgimento do New Wave.

 Início do século XXI

No início do século XXI a moda parece marcada por duas máximas: "nada se cria, tudo se copia" e "a moda vai e vem". Ao invés de divas do cinema ou da música, os carros-chefes são as drag-queens, que comandam o mundo fashion de dentro dos seus guetos, que são as grandes casas noturnas, espaços concorridos como as Paradas Gays e mesmo alguns espaços na televisão.
Neste sentido, é emblemática a trajetória de RuPaul, Nany People, Dimmy Kieer, Léo Áquilla, Salete Campari e Silvetty Montilla.
Dentro do paradigma estético adotado, vêm crescendo a tendência à customização e à reciclagem de materiais, buscando o desenvolvimento sustentável, também no campo da moda.
Para não dizer que não há novidades, existem ainda vários movimentos da juventude, como a estética Clubber, o underground e a cultura hip hop, mas sempre ligados ao universo das baladas e casas noturnas. Neste contexto, acentuou-se muito a difusão da tatuagem e do piercing.
No dia a dia porém, para as atividades do cotidiano, não se notam sensíveis diferenças em relação ao "revival" efetuado pelas duas décadas anteriores. Entretanto, entre o último ano da primeira década do séxulo e o primeiro da próxima década, há uma forte tendência de retomada da utilização da androginia[19] - que sempre esteve presente na moda -, porém ao invés de nublar os limites entre gêneros, a idéia agora é demonstrar que também é possível manter um identidade de gênero mesmo que se absorva atitudes ou consuma produtos normalmente associados ao outro gênero.

                                  Galeria                                   

                  São Paulo Fashion Week                     

Uma das modelos do São Paulo Fashion Week.
Fotógrafos fotografando o desfile.
São Paulo Fashion Week (SPFW) é o maior evento de moda do Brasil realizado na Bienal de São Paulo do Parque do Ibirapuera em São Paulo.
O evento começou a ser realizado no ano de 1996, quando era conhecido como Morumbi Fashion Brasil. O evento ganhou o nome atual em janeiro de 2001, em sua décima edição. Durante este tempo, estilistas, produtores, modelos, patrocinadores, tecelagens, jornalistas, agências, indústrias e técnicos se profissionalizaram e ganharam espaço na área. Por isso, este evento de moda é hoje o mais importante da América Latina e aparece como a quinta maior semana de moda do mundo, ao lado de Paris, Milão, Nova Iorque e Londres. Além de estruturar toda indústria têxtil do país, o evento já foi marcado por campanhas pela fome, pela prevenção do Câncer e da Aids, reciclagem do lixo, educação e tantas outras causas sociais.
Foi em 1995 que o Morumbi Fashion sacudiu o mundo da moda brasileira. No início, eram quatro desfiles por dia com público de 300 pessoas. Nesse período começaram surgir as supermodelos brasileiras como Gisele Bündchen, Isabeli Fontana, Ana Claudia Michels, Alessandra Ambrósio dentre outras hoje todas com carreira e fama internacional que trouxeram mais renome e prestígio ao evento. Muitos nomes de estilistas despontaram nessa época também, como Ricardo Almeida, Reinaldo Lourenço, Alexandre Herchcovitch, Glória Coelho, Victor Dzenk, Ronaldo Fraga, Amir Slama, Tufi Duek, Maria Fernanda Lucena, Neil Barret, Patrícia Vieira, Raia de Goeye, Lorenzo Merlino, Marcia Ganem. Nessa época muitas marcas brasileiras como Colcci, Osklen, Cavalera, TNG, Triton, Virzi, Zapping, Animale começaram a ter fama internacionalmente e se tornaram multimarcas. Foi nesse período que marcas internacionais como Chanel, Versace, apareceram no Brasil. Isso trouxe uma mudança significativa para o país e sua indústria têxtil. Acirrados pela abertura das importações do Governo Collor os empresários foram obrigados a investir em tecnologia, máquinas e mão-de-obra especializada, para concorrer com o mercado estrangeiro que crescia no Brasil.
Algumas new faces tiveram a projeção de suas carreiras através desse evento. É o caso de Rhaisa Batista, Emanuela de Paula, Aline Weber, Martha Streck entre tantas outras. Varias tops internacionais como Naomi Campbell, Candice Swanepoel, Karolina Kurkova ja desfilaram no evento. A semana de moda ja foi destaque nas mais importantes publições de moda do mundo como a revista Vogue norte-americana e nas revistas Elle, Vanity Fair, Harper’s Bazaar, Cosmopolitan.
Hoje o evento acontece duas vezes por ano, com edição de cinco dias cada uma, em janeiro, apresentando a coleção de inverno e outra em julho, com a coleção de verão. Nesses anos, os investimentos cresceram de 600 mil reais em sua primeira edição, para mais de cinco milhões de reais por edição. E tambem ouve um aumentou significativo do numero de estilistas que participam do evento de 21 para 46 participantes e seu público também cresceu, agora são mais de setecentos mil pessoas que visitam o evento contra cem mil em 96.